A segunda parte desse artigo de Ednei Procópio sobre Ufologia e Espiritualidade foi originalmente publicado pela revista UFO em sua edição 239 (Outubro de 2016)
Seríamos nós, humanos, um acidente da natureza ou fomos planejados para ser o que somos? Enquanto evolucionistas e criacionistas vivem às turras entre si, sem conseguirem chegar a lugar algum, a resposta talvez esteja em um conhecimento muito mais antigo, que não prioriza nenhuma das duas teorias, mas que as une em uma única.
A Bíblia levou aproximadamente 16 séculos para ser considerada finalizada. E apesar de suas inúmeras edições, traduções e revisões, o trabalho ainda não é considerado terminado. Centenas de estudiosos ainda hoje se debruçam e estudam minuciosamente a Bíblia em busca de antigos e novos significados e vestígios. Moisés é, por muitos, ainda hoje considerado como o responsável pela escrita dos primeiros cinco textos, ou livros, do Antigo Testamento, conhecido como Pentateuco. Um deles, o Gênesis, é aqui tratado como o centro de nossas atenções por nos apresentar caminhos interessantes para os que consideram, por meio da fé — quando não lhes resta a razão — a verdadeira história da criação ou origem do homem.
O mito de Adão e Eva, dentro desse contexto, é simplesmente fantástico, mas também bastante prosaico. Não nos permite nenhum entendimento lúcido a respeito de como Deus teria efetivamente criado o homem. E as circunstâncias da criação também são apresentadas de modo bastante superficial. Afinal, uma passagem tão importante, de tamanha inspiração divina, merecia um texto no mínimo do tamanho, e de revelações, dignas de um Atrahasis, o poema épico da mitologia suméria narrando a criação e o dilúvio universal.
Enquanto outros textos bíblicos trazem detalhes a respeito de toda a carnificina hebraica, o livro do Gênesis não dá detalhes sóbrios e ricos sobre a criação do homem, não demonstra nenhum tipo de feição literária, poética que seja, sobre um dos momentos mais importantes e mais sublimes de toda a criação divina. Pela lógica religiosa, sejamos francos, a Bíblia deveria mais do que nunca exaltar o momento da criação do homem — pois é o momento perfeito da verdadeira ligação do homem para com Deus.
NARRATIVAS COMPACTADAS
Mas, ao contrário do gigante manuscrito de Charles Darwin, por exemplo, em Gênesis 1, no versículo 26, temos o suprassumo da compactação. Creio que nenhum software atual seria tão eficiente em tamanha redução textual: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. No versículo 27, lemos que “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem. À imagem de Deus o criou”. E por alguma razão a enorme saga da criação do homem é repetida no versículo 7 do capítulo 2, em um minúsculo texto digno de um micro conto: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente”.
Peço desculpas ao leitor, pois também não gosto de ironias, mas imagine que algum escritor tivesse a brilhante ideia de compactar, com pouquíssimas palavras, alguns clássicos da literatura mundial, exemplo A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
A segunda parte desse artigo de Ednei Procópio sobre Ufologia e Espiritualidade foi originalmente publicado pela revista UFO em sua edição 239 (Outubro de 2016).