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Um Novo Mercado Editorial está nascendo?

Desde seu advento, a internet vem causando uma revolução no modo como os consumidores modernos lêem os livros, com reflexos em toda a cadeia produtiva que este produto envolve. E o eBook, o livro digital, já não é o único entre os efeitos desta mudança na cadeia de valor no antigo mercado editorial.

Se delimitarmos, como parâmetro, somente a última duas décadas, todos os profissionais da cadeia produtiva do livro [dentre eles, os escritores, revisores, tradutores, pesquisadores, preparadores de textos, editores, publishers, gráficos, distribuidores, livreiros, bibliotecários e até jornalistas] foram, de certo modo, pegos de surpresa por uma disruptura imposta pela era digital.

Uma visão, digamos, negativa, com relação a esta mudança brusca no modo como produzimos, comercializamos e vendemos os livros é, dentre todos os efeitos, aquela que causa maior ansiedade: a mudança profissional.O ponto central de que trato neste artigo.

Mas um lado positivo desta disruptura cultural, social e econômica, tão difícil de visualizar de modo amplo, por estarmos nela inseridos, seria exatamente a oportunidade de inovação profissional.

Enquanto a indústria editorial tradicional se esforçou por compreender melhor o incipiente mercado digital, o profissional até hoje avesso aquele cenário digital vai buscando entender de que modo pode mover-se de um lugar a outro. E uma hora ele inevitavelmente percebe que, em vez de reduzir sua atuação, até mesmo o livro inserido em um contexto digital pode expandir, maximizar e exponencializar seu campo de visão.

Nenhum profissional do mercado tradicional que já tenha trabalhado com linotipo, por exemplo, além de todos os demais métodos tradicionais, pode ser considerado um profissional ultrapassado.

Pelo contrário, os profissionais que tiveram a oportunidade de publicar, comercializar e divulgar os livros impressos, podem apresentar atrativos e dispor de um diferencial frente aos que atualmente só enxergam o mundo digital e aos que aos seus efeitos estão mais negativamente expostos (por não compreenderem o funcionamento do tradicional mas, principalmente por não aceitarem que o velho e o novo mundo sejam na verdade o mesmo mercado que se renova).

Aos que agora estão saindo das universidades, o cenário que se apresenta é o de transição. Estamos no limiar, no nascedouro de novos postos, estamos testemunhando o nascimento de um novo profissional. Polivalente, antenado, conectado ao mundo. Trabalho é o que não falta em um mundo híbrido de produtos físicos [feito de átomos] e de produtos digitais [feitos de bits].

Do ponto de vista de uma editora, por exemplo, as oportunidades para o profissional do livro na era digital, e seus ganhos, vão desde a preparação de textos para narrativas hipertextuais até a produção, conversão ou digitalização de obras.

Talvez nem seja o caso de apenas digitalizar um currículo. O livro digital em si não tende a eliminar postos de trabalho formal, para quem já tem experiência com o mercado editorial tradicional, o importante agora é oxigenar as ideias para expandir as oportunidades.

E não importa em que lugar da cadeia produtiva do livro este profissional de mudança queira inserir-se; com o advento da internet [a causa maior] e do livro digital [não o único de seus efeitos], um novo mercado editorial está nascendo.

POR EDNEI PROCÓPIO

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