O texto a seguir é a parte final do artigo “O Livro na Era Digital” baseado na palestra que Ednei Procópio ministrou em uma edição da Quinta Literária na Associação Nacional de Escritores (ANE), Brasília; e publicado, originalmente, no livro “Quintas Literárias 2017”.
Por Ednei Procópio
O Livro na Era Digital
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Parte Final
O futuro aponta para um híbrido
Resta-nos finalmente registrar, para consulta futura talvez em um livro que ainda está para ser inventado, que esse período de marco zero tendo a Internet como ponto de referência se tem o nome de a Revolução dos eBooks. Em contraste com a Revolução Industrial, mais ampla, é claro, é como se um novo Ford criasse um novo modelo de produção, não em massa, mas pela massa. Se Karl Marx, o pensador que nos ensinou sobre as engrenagens do capital, pudesse observar este período talvez ficasse impressionado com o fato de que os meios de produção caíram nas mãos do proletariado.
O que vem sendo registrado pelos futurólogos é que a Internet, como havia sido desenvolvida, também sofreu alterações, influenciada pela sua própria evolução, e o que o futuro nos aponta é um mundo de conteúdo atrelado aos aplicativos. Aplicativos são úteis, populares, e altamente dispensáveis também. Se o livro irá se transformar em um aplicativo, a reinvenção do livro terá os seus novos e velhos paradigmas e desafios.
Mas se alguns já discordam sobre o aplicativo ser apenas uma onda passageira, então qual é o futuro do livro? Impossível é apontar os cenários e soluções, mas creio em alguns pontos já bastante consolidados, alguns até imutáveis, e é neles que eu pretendo me atentar. Por exemplo, o futuro do livro não é digital. Como já afirmado, o autor, o escritor, quando criar o seu texto, ao contrário do que ocorreria até a segunda metade da década de 1980 quando ainda se utilizava as máquinas de escrever mecânica, já o digita em uma máquina de escrever eletrônica. O texto original do livro já nasce digital, geralmente, em formato DOC.
Quando o texto original da obra é finalmente encaminhado para uma preparação de texto, copidesque ou para a revisão, o arquivo também é eletrônico. Quando o texto é diagramado, utilizando softwares como o Adobe Indesign, o livro ainda é eletrônico. Quando o livro, já pronto, diagramado, é enviado para a gráfica ele também ainda é digital em algum arquivo PostScript (extensão ou formato .ps) ou no padrão PDF. Até o momento em que o livro é ‘ripado’ dentro do servidor de impressão da gráfica, o livro é digital. Somente depois de todo este processo, que se solidificou com a introdução da microinformática nas empresas após a década de 1980, é que o livro pôde ser manufaturado em hardware, mídia ou suporte papel.
Mas o texto original criado pelo autor também pode migrar para outras mídias até mais inusitadas como Histórias em Quadrinhos, videogames e filmes. Portanto, o passado do livro é digital. O futuro do livro é o híbrido. Um híbrido de livro em formato impresso, digital ou áudio.
Este texto é parte do artigo “O Livro na Era Digital” baseado na palestra que Ednei Procópio ministrou em uma edição da Quinta Literária na Associação Nacional de Escritores (ANE), Brasília; e publicado, originalmente, no livro “Quintas Literárias 2017”.
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