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Os Pilares para a Construção de um Novo Mercado Editorial

Assim que a Democracia brasileira tomar seu rumo natural de emancipação, independência, autonomia, liberdade, soberania, autogoverno e autossuficiência, veremos o Mercado Editorial entrar em uma nova fase no rumo da sua história.

Por Ednei Procópio

Assim que a Democracia brasileira tomar seu rumo natural de emancipação, independência, autonomia, liberdade, soberania, autogoverno e autossuficiência, veremos o Mercado Editorial entrar em uma nova fase no rumo da sua história.

Não vou aqui neste novo artigo tratar do passado do Mercado Editorial, já tratei dele em outros artigos e em alguns dos meus livros sobre o tema. Também não quero tratar do presente, creio que o Brasil tem decisões ainda mais urgentes a serem tomadas sobre Governo e Mercado, de um modo geral, antes de conseguirmos avançar; diria que estamos imbernando. Mas quero deixar já registrada aqui, nessa minha nova visão de futuro, um pouco do que acredito que precisa ser pensado para construirmos um Novo Mercado Editorial.

Então, voltamos ao básico:

1) O Fortalecimento da Economia Criativa do Livro

Um dos pilares na construção de um Novo Mercado Editorial é a sua economia voltada ao consumo do produto-livro. A indústria editorial, por exemplo, mesmo com a utilização das tecnologias digitais de impressão sob demanda, ainda necessitava, em sua cadeia, do desenvolvimento da compra sob demanda. O consumo de livros sob demanda começa a se desenvolver, a se fortalecer e a se solidificar agora no pós-pandemia quando o consumidor aprendeu a adquirir os livros usando os meios de compras virtuais.

Mas o desenvolvimento e o fortalecimento da Economia Criativa do Livro necessita, entre a produção dos livros impressos sob demanda e a sua compra virtual, de uma cadeia logística. Ao contrário da logística virtual existente para a entrega dos eBooks (livros eletrônicos) a logística de entrega dos exemplares impressos sob demanda é bem diferente. A circulação dos livros impressos traz uma logística cara, está inclusive no histórico chamado Custo Brasil.

Nesse aspecto, é imperativo levar em consideração não só a questão dos custos de produção, mas também os custos de distribuição e logística do livro; e, portanto, como resultado, a precificação dos produtos literários. E quando tratamos de precificação do produto livro, temos que pensar como é que o leitor-consumir está vendo, está enxergando o preço do produto-livro. Essa questão de como o leitor-consumidor vê os preços dos livros merece, inclusive, um artigo à parte.

Mas sugiro ao Mercado Editorial que tratemos com a importância que merece a questão dos descontos para os players, os agentes internos. A questão do percentual dividido entre os agentes da cadeia produtiva é mais importante e vem antes da questão até do preço fixo. Sabemos que, historicamente, o produto livro é visto como um produto diferenciado e, dentro do sistema econômico liberal vigente no Brasil, o modo como encaramos esse mercado e a precificação desse produto criaria quase que um cartel legalizado.

O reestabelecimentos dos perceptuais sobre as vendas dos exemplares dos livros, nesse cenário de desafios, tornar-se, portanto, central para o reestabelcimento da economia do livro. Quero compartilhar com vocês na continuação desse artigo uma planilha onde busco destrinchar um pouco melhor essa questão mas, voltando ao básico, ficaríamos assim:

  • 25% — Distribuidoras (para B2B, incluindo o estoque e a logística);
  • 40% — Livrarias (canais e vendas diretas aos consumidores);
  • 25% — Editoras;
  • 10% — Autores.

 

2) A Coalização das Entidades do Livro

Depois que tivermos um entendimento sobre toda essa questão, não dos descontos para a cadeia de consumo, mas, antes disso, dos percentuais para os agentes da cadeia, teremos criado um novo cenário para a Economia Criativa do Livro. Nesse novo cenário, precisamos nos concentrar nas questões das políticas voltadas aos livros; e aí sugiro uma frente ampla em prol da Economia Criativa do Livro criando de algum modo uma coalização das entidades do livro. Existem diversas maneiras de levar adiante essa ideia de federalização das entidades do livro e talvez eu toque nesse assunto em uma continuação desse artigo. Aqui, nessa primeira conversa, estou apenas apresentando os pilares sem me aprofundar ainda nelas.

 

3) Apoio do Mercado Editorial ao Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL)

O terceiro pilar para a construção de um Novo Mercado Editorial está no apoio incondicional dos agentes do mercado ao Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL); levando em consideração, é claro, as ações de implementação de seus eixos centrais. Os eixos centrais do PNLL podem se encaixar nos quatro pilares que aqui defendo. E um modo dos agentes do mercado apoiar incondicionalmente o PNLL é por meio da coalização das entidades livreiras em uma frente ampla em defesa do livro.

 

4) A Formação de Novos Leitores

O quarto pilar para a Construção de um Novo Mercado Editorial está na formação quantitativa, inicialmente, mas também qualitativa numa segunda fase, de novos leitores que serão os futuros consumidores dos livros. Sem adentrar muito nesse ponto, poderíamos transformar livrarias e bibliotecas (que hoje são vistas apenas como compradores e depósitos de livros) em pontos de cursos de formação não só de escrita criativa ou contadores de história mas principalmente de formação de novos leitores.

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