“Eu vejo o fututo repetir o passado / eu vejo um museu de grandes novidades…” – Cazuza
Deixando um pouco de lado, apenas como exercício, toda essa questão dos livros digitais empacotados em arquivos ePub, PDF, HTML5 ou Apps, e expandindo um pouco mais o nosso horizonte de alcance, eu gostaria de indicar aos interessados em bibliotecas digitais o ótimo The Cuneiform Digital Library Initiative.
A Biblioteca Digital Cuneiforme [CDLI na sigla original] representa a iniciativa de um grupo de assiriólogos, curadores de museus e historiadores da Ciência, no sentido de disponibilizar, através da Internet [somente através da World Wide Web isto seria possível], a forma e o conteúdo dos tabletes cuneiformes que datam do início da descoberta da escrita, por volta de 3350 antes da Era Cristã.
Os tabletes cuneiformes foram praticamente inventados pelo cultura suméria por volta do IV milênio a.C., e são considerados os primeiros ‘hardwares’ a permitirem o registro e o compartilhamento de informação e conhecimento pelos nossos ancestrais.
E a nossa tecnologia atual, no entanto, está avançando a uma velocidade tão vertiginosa que está permitindo até que conhecimentos antigos, disponíveis antes somente em bibliotecas físicas e museus distantes, estejam disponíveis, olha só que sensacional, através dos modernos tablets.
Segundo os dados do próprio CDLI, o número de documentos como estes atualmente mantidos em coleções públicas e/ou privadas pode exceder 500 mil títulos, dos quais pelo menos 270 mil já foram brilhantemente catalogados pela iniciativa CDLI.
Através de iniciativas como a do CDLI, é possível, por exemplo, ter acesso ao texto original do que é considerado uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial, a “Epopeia de Gilgamesh“, um antigo poema épico da antiga Mesopotâmia [atual Iraque], compilado no século VII a.C. pelo rei Assurbanipal.