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The Dark Side of Oz

Estou iniciando uma coletânea de textos sobre tarôs. Se você curte e estuda os tarôs, me acompanhe; e não deixe de ler também o meu novo livro “Os Arcanos de Oz” (Editora Matrix, 2024).


Em 1939, o mundo se encantou com a magia technicolor de “O Mágico de Oz”, baseado no livro “O Maravilhoso Mágico de Oz” de L. Frank Baum, publicado em 1900. Décadas mais tarde, em 1973, o Pink Floyd lançou “The Dark Side of the Moon”, um álbum que se tornaria um marco na história da música. O que poucos sabem é que esses dois universos aparentemente díspares se entrelaçam em uma sinfonia cósmica, revelando uma trilha sonora oculta que eleva a experiência cinematográfica a um novo patamar.


The Dark Side of Oz
The Dark Side of Oz

O Pink Floyd e The Dark Side of the Moon

O Pink Floyd, formado em Londres em 1965, revolucionou o rock progressivo com sua música psicodélica e experimentações sonoras. “The Dark Side of the Moon”, seu oitavo álbum de estúdio, é uma obra-prima conceitual que explora temas como a passagem do tempo, a loucura e a alienação da sociedade moderna.

O álbum, que permaneceu por impressionantes 937 semanas consecutivas na parada Billboard 200, é conhecido por suas inovações técnicas, incluindo o uso pioneiro de sintetizadores e efeitos sonoros. As letras profundas e filosóficas, combinadas com a produção impecável, criaram uma experiência auditiva imersiva que transcende o tempo.


O Mágico de Oz (MGM, 1938)
O Mágico de Oz (MGM, 1938)

O Mágico de Oz: Do Livro às Telas

L. Frank Baum criou um mundo fantástico em “O Maravilhoso Mágico de Oz”, que capturou a imaginação de gerações. O livro, publicado em 1900, narra a jornada de Dorothy Gale, uma jovem do Kansas que é transportada para a terra mágica de Oz por um ciclone.

A adaptação cinematográfica de 1939, estrelada por Judy Garland, transformou a história em um espetáculo visual deslumbrante. O filme inovou ao usar a técnica do Technicolor, criando uma transição marcante entre o mundo monocromático do Kansas e o colorido vibrante de Oz. Esta dualidade visual se alinha perfeitamente com as transições musicais e temáticas presentes em “The Dark Side of the Moon”.


A Jornada Sincrônica

Ao iniciar “The Dark Side of the Moon” simultaneamente com “O Mágico de Oz”, embarcamos em uma jornada sincronizada que revela conexões impressionantes entre a música e os acontecimentos na tela. Cada batida, cada verso, cada efeito sonoro foi cuidadosamente orquestrado para complementar a narrativa fílmica, tecendo uma tapeçaria de significado e emoção.

Acontecimentos Marcantes

  1. “Speak to Me” e o Tornado: A música abre com batimentos cardíacos e sons de vento, enquanto Dorothy e sua casa são apanhados por um tornado. A angústia crescente na música ecoa o terror da protagonista, simbolizando o início de sua jornada interior.
  2. “Breathe in the Air” e a Viagem por Oz: A melodia suave e os vocais etéreos acompanham Dorothy enquanto ela viaja pela Estrada de Tijolos Amarelos, adentrando o mundo mágico de Oz. A letra “Don’t be afraid to care” ressoa com a compaixão de Dorothy por seus novos amigos.
  3. “On the Run” e a Fuga dos Macacos Voadores: Os efeitos sonoros frenéticos e a atmosfera de perseguição coincidem perfeitamente com as cenas de fuga dos temíveis macacos voadores, intensificando a sensação de perigo iminente.
  4. “Time” e o Despertar de Dorothy: Os sons de relógios e alarmes marcam o momento em que Dorothy desperta em Oz, simbolizando sua transição para um novo estado de consciência.
  5. “The Great Gig in the Sky” e o Ciclone: Os vocais poderosos e emocionais acompanham a sequência do ciclone, representando o turbilhão emocional de Dorothy em sua jornada.
  6. “Money” e a Cidade Esmeralda: A batida frenética e a letra ávida por dinheiro coincidem com a chegada de Dorothy à Cidade Esmeralda, um lugar de ostentação e ilusões. A crítica social da música se alinha com a revelação de que o Mágico é apenas um homem por trás de uma cortina.
  7. “Us and Them” e a Batalha Contra a Bruxa: A música crescente e os efeitos sonoros dramáticos intensificam a batalha épica entre Dorothy e a Bruxa do Oeste, culminando na vitória da heroína. A letra explora temas de conflito e divisão, refletindo a luta entre bem e mal no filme.
  8. “Any Colour You Like” e o Arco-Íris: O interlúdio instrumental psicodélico acompanha as cenas coloridas de Oz, enfatizando a vibração e a magia do mundo fantástico.
  9. “Brain Damage” e a Descoberta da Verdade: A letra introspectiva e a melodia melancólica acompanham a revelação de que o Mágico de Oz não é um bruxo poderoso, mas sim um homem comum. “There’s someone in my head, but it’s not me” ecoa a descoberta de Dorothy sobre a verdadeira natureza do Mágico.
  10. “Eclipse” e o Retorno ao Kansas: A música suave e os efeitos sonoros oníricos embalam Dorothy em sua jornada de volta para casa, enquanto ela reflete sobre as lições aprendidas em Oz. A letra “Everything under the sun is in tune” simboliza a harmonia encontrada ao final da jornada.

The Dark Side of Oz
The Dark Side of Oz

Muito Além de uma Coincidência

A precisão e o simbolismo das conexões entre a música e o filme são impressionantes demais para serem ignorados. A cada cena, a trilha sonora revela novos significados, aprofundando a experiência emocional e elevando a narrativa a um patamar metafórico.

Roger Waters, baixista e principal letrista do Pink Floyd, era conhecido por seu interesse em temas filosóficos e psicológicos. A jornada de Dorothy em Oz pode ser vista como uma metáfora para a busca do autoconhecimento, um tema recorrente em “The Dark Side of the Moon”. A sincronicidade entre o álbum e o filme sugere uma conexão profunda entre as duas obras, transcendendo o tempo e o meio artístico.


Uma Nova Dimensão para “O Mágico de Oz”

A sincronização com “The Dark Side of the Moon” revela uma nova dimensão para “O Mágico de Oz”, transformando-o em um filme ainda mais rico e complexo. A música tece uma camada adicional de significado, explorando temas como alienação, ganância, guerra, loucura e a busca por identidade.

Esta sincronicidade nos convida a reexaminar os arquétipos e símbolos presentes na história original de L. Frank Baum. O Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde ganham novas interpretações à luz das letras de Pink Floyd, representando diferentes aspectos da psique humana em busca de integração.


Capa Livro Os Arcanos de Oz
Capa Livro Os Arcanos de Oz

Os Arcanos de Oz: Uma Nova Perspectiva

Em “Os Arcanos de Oz“, o autor Ednei Procópio aprofunda ainda mais esta análise, explorando as conexões entre o mundo de Oz e o simbolismo do Tarot. Assim como a sincronização com “The Dark Side of the Moon” revela camadas ocultas de significado, o livro desvenda os arcanos maiores do Tarot através das personagens e eventos de Oz.

Esta obra oferece uma nova lente para interpretar tanto o livro original quanto o filme, revelando como a jornada de Dorothy pode ser vista como uma jornada arquetípica do herói, repleta de simbolismo esotérico e lições universais. A sincronicidade com o álbum do Pink Floyd apenas reforça a ideia de que “O Mágico de Oz” é uma obra atemporal, capaz de se conectar com diferentes formas de arte e filosofia.

Concluindo

A sincronização entre “The Dark Side of the Moon” e “O Mágico de Oz” é um presente para os fãs de ambas as obras. É um convite para uma jornada imersiva, onde música e cinema se entrelaçam em uma sinfonia mágica que revela novos significados e eleva a experiência a um patamar extraordinário.

Esta descoberta nos lembra que a arte verdadeiramente grande transcende seu meio original, criando conexões inesperadas e revelando verdades universais. Seja explorando a sincronicidade musical, desvendando os arcanos do Tarot em Oz, ou simplesmente desfrutando da magia do filme original, “O Mágico de Oz” continua a nos encantar e inspirar, provando ser uma fonte inesgotável de descobertas e interpretações.

Convido você a embarcar nesta jornada mágica: assista “O Mágico de Oz” ao som de “The Dark Side of the Moon”, explore as camadas ocultas de significado em “Os Arcanos de Oz”, e descubra por si mesmo as maravilhas que aguardam além do arco-íris.

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